O puerpério é denominado como o período de seis a oito semanas após o parto. Nesse período acontecem modificações tanto externas quanto internas, configurando assim um período de grandes desafios e alterações na vida da gestante, no âmbito social, psicológico e físico.
Tais alterações, a depender do suporte e da forma como se lida com elas, podem contribuir para o desenvolvimento de transtornos psicológicos e/ou psiquiátricos.
Dentre esses transtornos tem-se a depressão pós-parto ou DPP, que é um transtorno de alta recorrência que ocasiona alterações cognitivas, emocionais, comportamentais e físicas com consequências negativas sobre o/a paciente, a criança e as relações familiares.
Sintomas e Manifestações da DPP
O transtorno geralmente surge duas semanas após o parto e os sintomas mais comuns são: desânimo persistente, sentimento de culpa, alterações do sono, ideias suicidas, temor de machucar o filho, redução do apetite e da libido, diminuição do nível de funcionamento mental e presença de ideias obsessivas.
Dentro de muitas pesquisas e estudos hoje são entendidos três tipos de depressão pós-parto:
A primeira é a tristeza materna – a pessoa que estava gestante tem mudanças súbitas de humor, como sentir-se muito feliz e depois muito triste;
A segunda a própria depressão pós-parto – pode acontecer por alguns dias até meses depois do parto de qualquer bebê, não só do primeiro;
E terceira e última a psicose pós-parto: a pessoa pode perder contato com a realidade, geralmente tendo alucinações sonoras.
Impacto na Energia e Emoções
Pessoas com depressão pós-parto podem apresentar dificuldades quanto à amamentação, pois apresentam falta de energia, sentimentos de tristeza, estresse, afetando a produção de leite devido a desregulação hormonal, o que pode impactar negativamente seu engajamento na amamentação.
A pressão social e as expectativas em torno da amamentação podem causar ansiedade e estresse, problemas físicos, como dor nos mamilos, mamadas ineficientes ou dificuldades com a pega correta, que aumentam a frustração e a sensação de fracasso.
Amamentação: Experiência Única e Complexa
E desse modo, as mães podem se sentir culpadas por não atenderem às expectativas da sociedade ou pelo fato de a amamentação não ser uma experiência prazerosa como esperavam.
Vale dizer que cada pessoa vive uma experiencia única no processo de amamentação.
Mas, é fundamental levarmos em consideração a importância de um suporte adequado para essas pessoas tanto com a DPP quanto com dificuldades na amamentação.
A ajuda de profissionais da saúde como psicólogos, enfermeiros e médicos, apoio familiar, e grupos terapêuticos, podem ser necessários para ajudar as pessoas a superarem os desafios enfrentados durante esse período delicado.