O Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM), é um transtorno que pode afetar mulheres em período reprodutivo, no final do ciclo menstrual (fase lútea), podendo trazer os sintomas relacionados, de duas a três semanas por mês.
Pessoas com esse diagnóstico podem sentir diferentes alterações de forma significativa, desde ansiedade, irritabilidade, insônia, entre outros, que devem ser diretamente ligados às fases do período menstrual, e que se amenizam após a menstruação. É um transtorno multifatorial, o que significa que as causas são influenciadas por diversos fatores como: biológicos, psicológicos e ambientais.
Sintomas do TDPM e Suas Ramificações
É importante que seja diferenciado dos sintomas comuns do período pré-menstrual, devido a sua gravidade. No TDPM, as mudanças físicas e emocionais acontecem de forma intensa, trazendo sofrimento mental e prejuízos a diversas áreas de sua vida, como baixa produtividade no trabalho, dificuldades em seus relacionamentos interpessoais, além de intensificar a raiva, tristeza e colaborar com a instabilidade emocional da pessoa com o diagnóstico.
Mesmo trazendo grandes prejuízos, esse transtorno ainda não é entendido como uma doença psíquica para a maior parte da sociedade, visto que muitas mulheres não conseguem o acesso ao diagnóstico e ao tratamento correto, por terem seus sintomas normalizados como parte do seu período menstrual.
Desafios no Reconhecimento do TDPM como Doença Psíquica
A condução da avaliação do TDPM deve ser realizada por profissionais de saúde mental, psicólogos e/ou psiquiatras, onde será verificado se os sintomas apresentados podem estar relacionados a outros diagnósticos ou se cumprem os critérios estabelecidos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), para o Transtorno Disfórico Pré-Menstrual, além das áreas relacionadas à ginecologia que podem contribuir tanto com a avaliação, como também com o tratamento em curso.
Até o momento, não existem um tratamento específico que trate da mesma forma todas as pacientes com o diagnóstico, mas algumas estratégias já são realizadas com muitos resultados positivos.
Estratégias de Tratamento: Abordagens e Resultados
Dentre essas estratégias, incluem-se os tratamentos hormonais e com psicofármacos, bem como estratégias comportamentais, como meditação e técnicas de relaxamento. Adicionalmente, a psicoterapia oferece à pessoa a oportunidade de compreender as alterações corporais ocasionadas pelo TDPM e adotar estratégias saudáveis para enfrentar os sintomas.
Portanto, nos casos de dúvidas, é fundamental consultar profissionais especializados para realizar uma avaliação adequada e, se necessário, iniciar um tratamento adequado. Além disso, estar sob acompanhamento profissional e seguir as devidas orientações é a melhor forma de prevenir o agravamento do transtorno e dos seus sintomas.
Referências:
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