A alopecia é um distúrbio causado por uma interrupção no ciclo de crescimento do cabelo, que é marcado por três fases:
- Fase anágena: é quando ocorre o crescimento dos fios. Cerca de 90% dos cabelos estão nesta etapa que pode durar de dois a oito anos;
- Fase catágena: fase de transição, na qual os folículos capilares encolhem e dura de duas a três semanas;
- Fase telógena: quando o cabelo repousa durante dois a quatro meses. No final dessa etapa, o cabelo cai para que o ciclo de crescimento recomece.
O distúrbio é um dos problemas mais relacionados à perda de cabelo ou pelo entre homens e mulheres, em qualquer parte do corpo. As causas da alopecia podem ser variadas. No entanto, alguns fatores associados ao desenvolvimento da condição são:
- hormônios masculinos;
- hereditariedade;
- traumas na região;
- estresse;
- má alimentação (falta de vitaminas);
- oleosidade em excesso, relacionada à dermatite seborreica;
- reação à medicamentos ou certos tratamentos como a quimioterapia;
- tratamentos de beleza com produtos químicos que agridem o couro cabeludo;
- problemas na tireoide;
- infecções causadas por fungos ou bactérias;
Quais são os tipos de alopecia?
Existem diversos tipos de alopecia, sendo que a mais comum é a areata, que é uma doença autoimune, onde as células atacam o próprio organismo. Segundo informações da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), cerca de 2% da população mundial é acometida por esse tipo de condição, onde afeta desde pequenas áreas do couro cabeludo através de lesões circulares ou até causar ausência total dos fios em todo o corpo.
Alopecia androgenética: de origem genética, é o tipo mais comum de queda de cabelo. O problema, geralmente, se inicia na adolescência, porém, fica mais aparente entre os 40 e 50 anos. Os cabelos ficam ralos e, progressivamente, o couro cabeludo mais aberto. Nas mulheres, a região central é mais acometida (calvície de padrão feminino), enquanto os homens apresentam falhas nas entradas e no topo da cabeça (calvície de padrão masculino).
Alopecia areata: é considerada uma doença autoimune, quando o sistema imunológico, que é o mecanismo de defesa natural, ataca o próprio corpo. As células ao redor do folículo capilar o atacam e impedem a produção de novos fios. Isso costuma causar falhas em formatos arredondados não apenas no couro cabeludo, como na barba, cílios e sobrancelhas. A condição é mais comum em pessoas jovens, principalmente abaixo dos 20 anos. A alopecia areata pode estar associada a fatores genéticos, reações no sistema imunológico causadas por microorganismos e estresse. Doenças como lúpus e vitiligo também podem ter relação.
Alopecia por tração: acontece quando a pessoa faz penteados como tranças e rabos de cavalo apertados que forçam a raiz do cabelo. Nestes casos, pode haver dano irreversível quando o folículo é danificado.
Eflúvio telógeno: nesse tipo de alopecia é comum a queda de até 300 a 500 fios por dia. Isso resulta, sobretudo, na perda de volume do cabelo. Um evento ou condição médica, como desequilíbrio da tireoide, parto, cirurgia ou febre, geralmente a desencadeia. Pode ocorrer ainda como resultado de uma deficiência de vitaminas ou minerais. Se o evento desencadeante for temporário, por exemplo, se você se recuperar da doença que está causando a queda de cabelo, ele poderá voltar a crescer depois de seis meses. Em alguns casos, a perda de cabelo pode durar anos.
Alopecia cicatricial: é um tipo mais raro de queda capilar, em que inflamações causam danos aos folículos capilares. No lugar, há crescimento de tecido cicatricial, o que impede a produção de novos fios no couro cabeludo. A queda pode começar de forma súbita ou progredir lentamente. Para algumas pessoas, a alopecia cicatricial pode incluir ainda, lesões vermelhas ou brancas no couro cabeludo, inchaço e coceiras.
Alopecia frontal fibrosante: esse tipo de alopecia atinge principalmente mulheres que estão no período pós-menopausa. Ocorre normalmente em um padrão de recuo da linha do cabelo. As sobrancelhas e axilas também podem sofrer perda de pelos. Os sintomas podem incluir ainda o aparecimento de manchas vermelhas e “bolinhas” na face.
Tratamentos
Com exceção à queda de cabelos de causa hereditária, nos outros casos, ela pode ser evitada ou retardada, se forem afastados os fatores de risco e introduzidos alguns medicamentos recomendados por um especialista. Porém, há casos em que só o implante de cabelos pode representar uma solução estética para a calvície.
Para a alopecia areata o tratamento não é obrigatório, uma vez que a condição é benigna e tende a regredir espontaneamente, mas costuma ser indicado, porque a alopecia pode causar distúrbios psicológicos importantes. Adultos com menos de 50% de envolvimento do couro cabeludo podem beneficiar-se com a aplicação de injeções locais ou cremes.
Certos tratamentos podem incluir o uso de antibióticos específicos e outros medicamentos. Para deficiências nutricionais, a ingestão de suplementos pode ser indicada.
Principais recomendações
Quando há fatores genéticos envolvidos, não existem formas primárias de prevenir a alopecia. No entanto, ao notar queda capilar elevada, procure um especialista, pois ele poderá recomendar tratamentos para conter o avanço do problema.
Já para quem não tem casos de alopecia na família, é importante evitar tratamentos em salões que usam produtos químicos prejudiciais, por exemplo. Procure sempre saber quais componentes serão usados e pergunte se eles podem causar danos permanentes aos fios. Afinal, uma vez que os folículos são atingidos o cabelo deixa de crescer.
Outra recomendação é manter uma alimentação saudável e variada, rica em minerais, proteínas e vitaminas. O consumo de frutas, legumes e verduras devem estar incluídos no seu cardápio diariamente, optando pela comida cozida ou assada ao invés de frita e evite o excesso de gordura e alimentos ultraprocessados
Em meio às diversas alternativas, especialistas ressaltam que é fundamental que o paciente busque um dermatologista para que possa entender as causas da perda capilar e para que o médico defina o melhor tratamento para o caso.
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