Culturalmente, vivemos em uma sociedade que estimula o consumo social do álcool e não o enxerga como uma substância que cause problemas à saúde.
Interferência do Álcool com Medicamentos
Seu uso, é estimulado por diversos fatores, sejam relacionados a confraternizações e atividades recreativas, em ambientes familiares, como também em aspectos psicológicos, onde constantemente é utilizado como mecanismo de fuga em situações difíceis, ou então, para amenizar emoções consideradas ruins, entre muitas possibilidades.
Tratando-se dos aspectos psicológicos, o uso de bebidas alcoólicas também é um meio para amenizar o estresse do dia a dia. Com o objetivo de “relaxar” ou “esquecer dos problemas”, frequentemente a população utiliza o álcool como uma estratégia de regulação emocional, um comportamento que deve ser observado com mais critérios quando está relacionado a transtornos mentais.
Pessoas em tratamento medicamentoso por causa de diagnósticos como depressão, ansiedade, TDAH, entre outros, devem ser duplamente orientadas a respeito das possíveis interações do uso do álcool com as medicações prescritas para o tratamento.
Essas interações, contudo, podem alterar os efeitos das substâncias ingeridas, dependendo do tipo e da quantidade administrada.
Muitos pacientes que têm dificuldades em lidar com suas emoções assim, acabam procurando o álcool como uma forma de ‘anestesiar’ os sentimentos intensos vivenciados devido ao diagnóstico. No entanto, muitas vezes o fazem sem informações adequadas sobre os riscos que esse tipo de comportamento pode representar para sua saúde.
Riscos Conhecidos: Álcool e Medicamentos
Contudo, a falta de orientações a respeito das possíveis interações que o álcool pode ter com os fármacos que possuem ação direta no Sistema Nervoso Central, pode prejudicar tratamentos em curso e trazer efeitos indesejados para o paciente.
É de grande importância que tanto o médico quanto o psicólogo orientem devidamente o paciente. Nesse sentido, eles devem informar o paciente sobre os riscos e possíveis efeitos dessa interação entre álcool e a medicação em uso.
Outros Riscos Adicionais
Dentre algumas das consequências que podem ocorrer, por exemplo, está a potencialização do efeito sedativo da medicação. Além disso, o álcool também tem propriedades que rebaixam a capacidade cognitiva e, quando atua em conjunto com o fármaco, pode contribuir para um efeito em cascata. Isso, por sua vez, aumenta o risco de uma alteração no estado de consciência ou, em casos extremos, pode levar a uma perda total da capacidade mental
Entretanto, o uso em conjunto também é capaz de alterar a memória e a coordenação motora, aumentando o risco de quedas.
Além disso, os efeitos posteriores ao uso também devem ser considerados, pois se durante o uso da bebida alcoólica, o paciente começa a sentir-se alegre e com agitação motora, após passar o efeito do álcool, as emoções que já existiam antes do uso, serão potencializadas, ou seja, o paciente poderá ficar mais triste, desanimado e cansado.
Ter acesso às informações corretas sobre o tratamento em curso e as interações que as medicações administradas podem ter com o estilo de vida do paciente é, portanto, um dos pontos fundamentais para o seu sucesso.
Referências:
JACAUNA, J. S. P.; RODRIGUES JÚNIOR, O. M. Cuidados farmacológicos na interação medicamentosa: clonazepam com álcool. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento, [S. l.], v. 15, pág. e226101522771, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i15.22771. Disponível em <https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/22771> Acesso em 22/09/2023.
Moura, M. A. P. et. al. Motivação para o consumo de álcool entre adultos jovens em Teresina. R. Interd. v.6, n.1, p.62-70, Jan. Fev. Mar. 2013. Disponível em <https://uninovafapi.homologacao.emnuvens.com.br/revinter/article/view/16> Acesso em 22/09/2023.
Silva, S. V. L. A Interação do álcool com medicamentos e seus efeitos no organismo. Repositório Uni Faema. Rondônia, Nov. 2017. Disponível em <https://repositorio.unifaema.edu.br/handle/123456789/1255> Acesso em 22/09/2023.