Segundo dados divulgados em 2020 pelo Ministério da Saúde, entre 2000 e 2018 foram registrados mais de 670 mil casos de hepatites virais no Brasil, sendo que 74,8 mil pessoas morreram em decorrência das doenças. As hepatites mais comuns no país são as causadas pelos vírus A, B e C. Um exemplo da alta incidência é a taxa de mortalidade de hepatite C, que pode ser comparada às da tuberculose e HIV.
As doenças são um problema de saúde pública e se manifestam de diversas formas. Por isso, a prevenção e identificação dos sintomas é fundamental para o tratamento adequado da doença.
Dia 28 de julho é conhecido como o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais. A data busca orientar e informar a população sobre as causas, a importância do diagnóstico e da prevenção contra a infecção. Por isso, conheça mais sobre os tipos de hepatites virais, suas principais características, sintomas e tratamento.
Hepatites virais
A hepatite é caracterizada como um tipo de inflamação que acomete o fígado, órgão responsável por diversas funções essenciais para o organismo, como a eliminação de substâncias tóxicas. Ela pode ocorrer devido a uma infecção por vírus ou bactérias, porém, o uso excessivo de alguns medicamentos, drogas, álcool ou doenças autoimunes podem acarretar para o seu surgimento. As hepatites se dividem nos tipos A, B, C, D e E:
Tipos de hepatites
Existem alguns tipos de hepatites, sendo que os mais comuns no Brasil são causados pelos vírus A,B e C e, com menor frequência, o vírus D.
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Hepatite A
Causada pelo vírus da Hepatite A, é conhecida como a “hepatite infecciosa”, em que causa uma doença viral aguda do fígado. Sua transmissão ocorre pela via oral-fecal devido à água ou alimentos contaminados por fezes humanas e mãos sujas, devido à falta de saneamento básico. Além disso, também pode ocorrer a transmissão pelo ato sexual anal.
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Hepatite B
Já a hepatite B é provocada pelo vírus HBV, transmitida através do contato com fluidos corporais contaminados, como sêmen, sangue, secreções ou saliva. A infecção também pode ocorrer devido ao uso de objetos não esterilizados, como alicates de unha ou lâminas de barbear, além de poder ser passada de mãe para filho durante a gestação, caso a mãe esteja infectada.
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Hepatite C
A hepatite C tem transmissão similar à hepatite B, sendo que é necessário o contato com sangue contaminado para a infecção, o que pode ocorrer através do compartilhamento de agulhas ou equipamentos não esterilizados.
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Hepatite D
No caso da hepatite D, ela se assemelha à de tipo B, sendo que a transmissão ocorre devido ao contato com o vírus VHB (hepatite B), podendo haver contaminação simultânea ou não.
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Hepatite E
Esse tipo de hepatite é rara no Brasil, sendo comum em países do continente africano e asiático. Sua transmissão ocorre de maneira semelhante à tipo A.
Existem também a hepatite medicamentosa, que ocorre devido ao consumo excessivo de alguns medicamentos e a esteato-hepatite, causada pela condição conhecida como “esteatose hepática”, que é o acúmulo de gordura no fígado, o que causa a inflamação no órgão.
Sintomas
Sendo um problema grave de saúde pública, as hepatites virais, na maioria das vezes, são inflamações silenciosas, não apresentando sintomas, que só se manifestam até que surja alguma complicação mais forte. Os primeiros indícios da doença acontecem entre 15 e 60 dias após a contaminação. No entanto, quando há a manifestação, há alguns sintomas gerais:
- Dor abdominal e inchaço na barriga;
- Náuseas e vômitos;
- Cansaço e tontura;
- Urina escura e fezes claras;
- Pele e olhos amarelados.
Diagnóstico
Muitas vezes, o diagnóstico é dificultado porque os sintomas se assemelham às outras doenças. Por isso, é necessário avaliar o histórico do paciente, realizar testes de função hepática e exames específicos para o diagnóstico do tipo de infecção, que são os sorológicos e de biologia molecular. Atualmente, existem testes rápidos para detectar as hepatites B e C, disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).
É necessário fazer o teste para identificar a doença pelo menos uma vez na vida, especialmente quando se trata de populações mais vulneráveis.
Tratamento e prevenção
A hepatites não possuem um tratamento específico, portanto, ele irá variar dependendo do tipo e grau da infecção. É necessário o acompanhamento médico, analisando o estado clínico e histórico do paciente, juntamente com a utilização de medicamentos antivirais prescritos, caso necessário.
Portanto, os cuidados para qualquer um dos tipos de hepatite deve ser orientada por uma equipe médica, que indicará o melhor tratamento, seja na questão medicamentosa quanto referente à alimentação.
Nos casos da hepatite A e E, por exemplo, é preciso garantir e melhorar a questão de saneamento básico e cuidados com a higienização. Em outras, evitar o uso de objetos não esterilizados e também a prevenção em qualquer ato sexual.